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O Peso das Palavras em Psicanálise

  • Gildeisa P. SIlva
  • 28 de mar.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 7 de abr.

“A ciência moderna ainda não produziu um medicamento tranquilizador tão eficaz como o são umas poucas e boas palavras.” Sigmund Freud

Peso das Palavras na Psicanalise
Confraria de Nós - Psicanalise

PARTE 1


Inicio este ensaio, com esta frase belíssima e ao mesmo tempo tão atual de Freud e com algumas questões que me inquietam, ao me colocar a pensar sobre a o peso das palavras em psicanálise:

 

·         O que pode a palavra?

·         Qual o significado?

·         Qual seu peso?

·         Qual sua potência?

 

A necessidade de comunicação faz parte da condição humana. Desde o homem das cavernas, quando não havia a linguagem, quando nosso telencefalo ainda não estava tão desenvolvido, antes do homo sapiens, o homem que sai da posição quadrúpede e vai para a posição bípede e se torna um ser da fala, um ser da linguagem. Antes da linguagem verbal, já havia uma linguagem sonora produzida pelo humano, o ser humano já se comunicava com imagens, as investigações em cavernas, nos sítios arqueológicos importantes da história, encontramos registros de que o homem primitivo comunicava com seus pais, são os desenhos que foram encontrados nas cavernas, grupos de nômades, deixavam registros de sua passagem naquele local.

 

Pela palavra ou através dela, temos a possibilidade de expressar o que sentimos, de várias formas, tais como: falada, escrita, cantada, desenhada, gritada, engasgada, não dita, silenciada. A palavra é ampla, poderosa, ela pode criar e compartilhar sentidos, sentimentos e significados, isso é observável na clínica. Na vida cotidiana, como nos diz Freud (1901), em psicopatologia da vida cotidiana, o discurso não foge dessa tormenta de sensações, imagens e afetos que fazem parte da nossa singularidade enquanto sujeitos. (FREUD 1901/1987)

 

A potência das palavras no contexto clínico já era notada por Freud (1890) no artigo tratamento anímico, antes mesmo da técnica da associação livre se estabelecer como regra fundamental, ainda tributário do uso do método hipnótico, Freud menciona a existência de um poder ‘mágico’ nas palavras. “Todas as influências anímicas que se mostraram eficazes para eliminar doenças têm algo de imponderável.” (FREUD, 1890/2017, p. 31).

 

Freud (1856-1939), em seu “Projeto para uma psicologia científica” 1950[1885], já promovia uma importante discussão acerca dos aspectos formativos e estruturantes dos sons, das imagens, da memória e do desenvolvi


mento verbal. Ou seja, já no projeto Freud faz da palavra a sua ontogênese, onde nasce a palavra. A palavra no bebê, nasce na sonoridade da mãe. Freud já nos apresenta no projeto que a palavra é som, é imagem, é memória. Há toda uma questão sensorial, que funda, constitui e estrutura a palavra.



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